Uma das drogas mais prescritas por médicos do mundo inteiro para pessoas que sofrem de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é a Ritalina (também chamada de metilfenidato). Essa medicação diminui a “perda do valor” das recompensas e, de forma eficaz, reduz a impulsividade, aumentando o autocontrole e o “foco” do indivíduo.
Desde 1950, os médicos têm receitado a Ritalina como tratamento de uma variedade de outras condições, incluindo depressão, síndrome da fadiga, narcolepsia e hiperatividade em crianças.
Contudo, alguns países vêm questionando os efeitos crônicos que o medicamento causa no paciente quando este o utiliza por longos períodos. Algumas das alterações que o indivíduo pode sofrer por fazer uso da droga por muito tempo são evidenciadas no crescimento e no desenvolvimento, na saúde neurológica, psiquiátrica e cardiovascular, no desenvolvimento sexual e na fertilidade.
Estudos observatórios mostraram que o tratamento com metilfenidato pode resultar em uma redução do ritmo de crescimento, particularmente no primeiro ano de tratamento, e ainda afetar potencialmente o sistema cardiovascular em funções como a frequência cardíaca e o sistema nervoso central sob a forma de psicoses.
Crianças e adolescentes que descontinuam a ritalina no início da adolescência apresentam de 2 a 3 vezes mais probabilidade de se tornarem usuários de cocaína, maconha e cigarro. Essa estatística não é observada quando a ritalina do paciente é suspensa pelo médico no início da fase adulta. Um estudo com um modelo animal demonstrou que os neurônios do córtex pré-frontal – área do cérebro responsável pelo raciocínio crítico e tomada de decisões – de ratos adolescentes está sujeito a lesões. Além disso, a utilização de metilfenidato na adolescência aumenta a impulsividade.
A semelhança entre Ritalina e Cocaína
Como a cocaína, a Ritalina é um poderoso estimulante que aumenta o estado de alerta e a produtividade. Ambas têm uma estrutura química semelhante e agem de maneira igual, aumentando os níveis de dopamina no cérebro. Eles fazem isso bloqueando uma proteína transportadora de dopamina, que normalmente absorve a dopamina da sinapse.
Crianças com TDAH são normalmente retiradas da Ritalina quando atingem a idade adulta. Curiosamente, esses indivíduos parecem ser mais propensos ao vício em cocaína. Por que? Como a Ritalina e a cocaína são drogas similares, é possível que os adultos com TDAH estejam, sem saber, usando cocaína como substituto da Ritalina. Em outras palavras, pode ser uma tentativa de se automedicar. A cocaína pode ajudar as pessoas com TDAH a se sentirem mais calmas e controladas.
Isso quer dizer que Ritalina vicia?
Calma! Antes de respondermos essa pergunta é preciso entender que a Ritalina é uma pílula e, por isso, leva mais tempo para chegar ao cérebro. A cocaína é ingerida em altas doses e, portanto, inunda rapidamente o cérebro com dopamina, o que a deixa mais perigosa e mais poderosa.
Dessa forma, podemos concluir com segurança que a ela não tem os mesmos efeitos devastadores (nas mesmas proporções) que a cocaína. Porém, infelizmente, o medicamento está rapidamente se tornando uma opção de fácil acesso para os adolescentes. Ela é relativamente barata e acessível e, porque é um medicamento de prescrição, é percebida como segura.
Todavia, se for ingerida em altas doses ou tomada de forma inadequada ou ainda usada por longos períodos de tempo, ela pode ser tão viciante quanto a cocaína.
Concluindo
É fundamental conhecer mais os efeitos crônicos da Ritalina no organismo humano. Também é importante buscar formas alternativas e menos prejudiciais para que nossas crianças e nossos jovens obtenham o grau de concentração e de controle dos impulsos necessários para utilizarem todo seu potencial cerebral e alcançarem seus devidos lugares na nossa sociedade!